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03

RITA

— John! — A Bê saiu na frente de todo mundo pra receber o John! Coitada não consegue nem disfarçar. Não sei como o tonto do John não percebe.

 

— Oi, Bê! — ele a abraçou. — Meu celular descarregou e achei melhor vir aqui buscar vocês. O Lucas me deu uma carona e já rodamos a escola toda atrás de vocês! — ele riu todo sem graça tentando se justificar. Dois bobos. Vou nem dar bola porque não consigo tirar os olhos do Lucas.

 

— Oi, Lucas! Prazer, Bethânia! — ela ergueu a mão, ele apertou e deu um sorriso que fez meu coração disparar. Ah Jesus, um desses está ótimo pra mim. Lindo demais. Preciso disfarçar minha cara de tacho.

 

— Essas são a Lucy e a Rita. — John apontou pra cada uma ao nos apresentar. Dessa vez ele ergueu a mão e deu um beijo no rosto de cada uma. Pronto! É esse mesmo, pode embrulhar pra presente que vou levar. Que menino cheiroso, impregnou minhas narinas e eu não queria soltar o ar pra não perder a essência maravilhosa.

 

— Você é de onde? Nunca te vi na cidade! — já puxei logo assunto.

 

— Boston! — ele respondeu com um jeito maroto que abriu caminho pra eu ir ao lado dele no corredor. Eu não prestava atenção em mais ninguém, só naquele boy que caiu de paraquedas na minha vida.

 

— Ele é novato como eu na escola, temos aula de Educação Física juntos e acabamos fazendo amizade. Mas não se preocupem, ele está no 10° ano e já pode dirigir. Vocês estão seguras. — John interrompeu o meu momentinho a dois.

 

— O que te fez deixar o frio de Boston e descer pra NY? — Lucy perguntou ao dar uma apertada nos passos pra nos acompanhar.

 

— Eu vim morar com o meu avô paterno, e até que não está sendo difícil me adaptar em Pelham não. E sempre que posso, volto pra visitar os meus avós maternos em Boston. — eu prestava atenção em cada detalhe deste presentão que continuava do meu ladinho.

 

— E os seus pais? — A Lucy perguntou.

 

— Ah, eles faleceram em um acidente de carro quando eu tinha 6 anos. — ele respondeu com serenidade, porém dava pra notar uma tristeza em seus olhos.

 

— Meu Deus! Me desculpa! Meus pêsames. — todos olhamos pra Lucy com uma cara de pelo amor de Deus para de grelhar o menino. Ela ficou toda sem graça, e logo tentou concertar o fora que deu.

 

— De verdade Lucas, me perdoa. Eu não quis entrar em um assunto tão delicado. Foi mal! — ela se desculpou com a cara de tomate, vermelha, de tanta vergonha.

 

— De boa Lucy, já faz muito tempo e não me importo de falar sobre isso. — um sorriso meigo e sincero tomaram os lábios do Lucas ao responder a Lu.

 

Eu fiquei quieta, pois não gostava de falar de família, a minha já era complicada demais e já enchia o meu prato, não conseguiria digerir mais nada nesses dias.

 

— Mas, e você? Não vai me fazer perguntas indiscretas também? — ele acelerou com aquele sorriso maroto ao virar em minha direção e dar passos de costas pra direção que estávamos indo. Awnnn que fofo, só pra ficar cara a cara comigo.

 

— Eu??? Não queira saber as minhas perguntas, eu geralmente não sou tão delicada como a Lucy. — dei uma piscadinha pra ele — E outra, se eu fosse você olhava pra frente que já está chegando a escada. — Ele colocou a mão no coração me zoando, e virou pra frente, mas diminuiu os passos pra ficar do meu lado. Ou estava ficando doida ou o gato estava me dando bola. E eu? Ah, eu ia partir pra jogo.

 

Chegamos no carro dele e o John abriu a porta pra gente entrar. Ele ligou o carro e deu partida, quando chegamos na primeira placa de pare, virou o rosto pra trás e com uma carinha de alegre de quem queria algo a mais me perguntou.

 

— Rita, você tem preferência de música ou posso colocar o que eu quiser?

 

— Sinta-se à vontade! Essa garota aqui tem um gosto bem eclético quando o assunto é música.

 

— Okay, esse garoto aqui tem um gosto mais antigo quando o assunto é música, aumentou o volume e uma música dos anos 80 começou a tocar.

 

— Conhece? — Ele me perguntou.

 

— Sim! U2, I still haven’t found what I am looking for. — respondi ao me lembrar dos momentos incríveis que vivi com o meu pai ao som dessa música.

 

— Tem certeza? — ele me questionou com um olhar intrigante.

 

— Sim, meu pai sempre escuta no carro. — respondi ao checar minha memória mais uma vez.

 

— Não foi isso que eu quis dizer! — ele insistiu ao dar uma risada sedutora.

 

— Não? — perguntei sem entender.

 

— Ficou besta é Rita? Até eu entendi! — a Bê falou ao rir da minha cara.

 

— Oh! — Minha ficha caiu! — Você quer saber se eu já achei o que eu estou procurando? Não, ainda não! — dei uma risadinha de leve e a Lucy apertou a minha mão.

 

— Olha que já pode estar bem na sua frente. — ele fez uma jogada com o título da música insinuando que ele é o que eu estava procurando. Gostei desse garoto, divertido, leve... exatamente o que eu precisava neste momento.

 

— Mas a música não quer dizer alguém como pessoa, acho que quer dizer sobre uma alegria que vem do alto. No verso final eles mencionam Jesus e tal. — A Lucy entrou no assunto pra me salvar daquela direta que levei bem na minha cara.

 

— Ah tá, se for assim, já achei! Mas nada me impede de ter motivos extras pra sorrir né? — Eu estava decidida a conquistar esse boy! Ele seria meu boy! A Lucy quase arrancou um pedaço da minha pele com as suas unhas afiadas ao apertar a minha mão com um pouco mais de agressividade. Eu dei um leve sorriso pra ela e murmurei entre os dentes.

 

— Querida, eu ainda pretendo usar essa mãozinha na vida, aperta com mais amor gata! — ela soltou a minha mão e encostou a boca no meu ouvido

 

— Menos Ri, você conheceu o garoto há 5 minutos atrás. — eu dei uma leve gargalhada e respondi no ouvido dela.

 

— E quem disse que eu estou casando com o menino? 👰🏻 Só estou entrando no joguinho dele, que aliás está super divertido! Não pense você que vou arredar, eu sou pra jogo queridinha!

 

O Lucas estacionou na rua, pois o estacionamento da escola já estava lotado. Fomos em direção do campo quando o Lucas perguntou?

 

— Querem pipoca?

 

— Eu quero — A Bê respondeu.

 

— Eu também! A Lucy falou ao dar tchau pra alguma conhecida no meio do povo.

 

— Okay! Vamos fazer assim. — John interferiu. — Lucas e Ri pegam a pipoca enquanto nós pegamos os refris e encontramos lugar na arquibancada. — ele falou ao entregar uma nota de 20 dólares na mão do Lucas.

 

— É muito cara. — Lucas resmungou.

 

— Põe gasolina com o troco. — John respondeu ao sair puxando as meninas me deixando sozinha com o Lucas.

 

Ele segurou o meu braço e saiu me puxando levemente em meio a galera, meu coração deu uma leve disparada e mesmo sabendo que tinha acabado de conhecer o garoto eu estava tranquila, pois o John jamais me deixaria sozinha com alguém que ele não confiasse. Assim que chegamos na fila, ele desceu a mão do meu braço delicadamente até as pontas dos meu dedos. Ele brincou levemente com eles e eu puxei devagar pra não ser rude, mas também pra dizer logo, que eu não era tão fácil assim não. Eu podia até brincar com ele, mas o meu charme tinha limites. Nós ainda não estávamos no nível de pegar na mão.

 

— Desculpa. — ele falou ao perceber que tirei a mão de propósito. Eu fiquei muda e olhei pra baixo, tentando pensar no que falar pra ele.

 

— Desculpado! — foi a única coisa que saiu da minha indiscreta abertura labial que sempre fala demais! No fundo era verdade, mas também não queria ser grossa.

 

— Você gosta de sorvete? — ele perguntou ao tentar aliviar o gelo!

 

— Pistachio, hummmm só de lembrar me dá água na boca! — mordi meus lábios agradecida que ele era uma pessoa leve que ignorou a minha leve ignorância.

 

— Aceita ir na sorveteria comigo? — ele ergueu a mão em minha direção.

 

— Agora? — na minha cara estampado o susto do absurdo que era ir na sorveteria enquanto os nossos amigos nos esperavam na arquibancada.

 

— Não! — ele gargalhou ao continuar. — Amanhã à tarde. — Ele fez uma carinha de “por favor aceita”!

 

Eu olhei por alguns segundos em seus olhos castanhos, mergulhei em minha lista do que eu queria em um boy, e é claro, pra fazer ele esperar um pouco a minha resposta.

 

— Vamos fazer o seguinte, vamos ver como você se sai até o final da tarde e eu te dou uma resposta. — ergui a minha mão até a dele e com os meus dedos, caminhei na palma da sua mão, subindo pelo braço e apertei levemente o seu queixo ao soltar uma gargalhada radiante.

Já conhece a história da Bethânia?

Não??? Tá esperando o que???

Leia os 12 capítulos aqui!

Me ajude a divulgar a história da Bê e da Rita! Vamos alcançar o máximo de pessoas possíveis! Conto com vocês!

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© Bethânia, meu amor! 

Livro de Ficção 

© 2019 Priscila Passoni

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